Com ajuda da internet Esterzinha tem alta de hospital após 1 ano
Com ajuda da internet Esterzinha tem alta de hospital após 1 ano
Publicado em: 19 de julho de 2015 às 08:55
A internet ajudou a mudar a história de Ester Lavínia Paulo. Em razão da hidrocefalia, Esterzinha mora desde que nasceu no Hospital da Criança e Maternidade. Na última terça, ela completou um ano e ganhou presente especial: um equipamento que vai permitir sua ida para casa.
A doação só foi possível graças à campanha promovida no Facebook. A rede social proporcionou o encontro de duas famílias separadas por 400 km. Enquanto a doadora é de São Paulo, a receptora reside em Ibirá. O aparelho avaliado em R$ 15 mil foi entregue ontem. “Que alegria! Vou ficar com minha filha”, diz Miriam Quezi Paulo, 27 anos. Além de Esterzinha, ela é mãe de mais três filhos, com idades entre 4 e 11 anos. Como é separada, sustenta as crianças com o salário de R$ 1 mil mensais que recebe como caixa de supermercado.
A família Paulo, portanto, não reúne condições financeiras para comprar um Bipap, espécie de respirador mecânico. Pediram para a Prefeitura de Ibirá, mas receberam como informação que não há verba.
“Mas sou grata. Eles fornecem fraldas e leite.” O equipamento vai manter Esterzinha viva fora do hospital. A menina nasceu com hidrocefalia, doença que gera acúmulo excessivo de água no cérebro. Pode causar problemas na aprendizagem, raciocínio lógico, memória, localização no tempo e espaço e déficit motor e intelectual. O desenvolvimento é um pouco mais lento. Apesar da pouca idade, Esterzinha é uma guerreira. Já foi submetida a três cirurgias, duas para drenagem de líquido na cabeça. Em todos os casos, venceu as dificuldades que surgiram em nome de apenas um motivo: se manter viva. Miriam acredita que a filha vai se desenvolver melhor com a presença dos parentes e das crianças. “É mais uma vitória. A gente descobriu a doença quando eu estava com sete meses de gravidez. O médico falou que ela poderia viver ou não.” Em razão do emprego, a caixa se desdobra para cuidar dos filhos, trabalhar e visitar Esterzinha todos os dias, durante uma hora. Seu patrão deixa sair uma hora antes de acabar o turno profissional. Por esse motivo, Vicentina Barbosa fica com a neta o tempo inteiro. “Larguei tudo. Tenho um filho com câncer.” Durante uma visita, Miriam conheceu Kátia Alfaiate Prado, 29 anos. Ela se sensibilizou com a história e criou a campanha no Facebook batizada como ‘Esterzinha quer ir para casa’.
Em duas semanas, recebeu uma mensagem da autônoma Ariana Alves Figueiredo, que ajuda crianças na Capital. Ela falou de uma amiga que tinha um Bipap encostado há seis meses e gostaria de doá-lo. A única exigência: encontrar alguém que realmente precisasse. Célia Modas (como assina na internet) comprou o respirador para a irmã, que morreu. Ela não foi localizada ontem. Mesmo ainda pagando as parcelas do aparelho e em recuperação emocional pela perda, decidiu repassá-lo a um estranho, em grande gesto altruísta. “Entramos em contato e conseguimos. Foi emocionante. Um verdadeiro presente”, conta Kátia. Foi a segunda ação bem-sucedida que ela promoveu. Seu filho, Thiago Henrique, nasceu com uma síndrome que influencia a formação dos órgãos.
Morou no hospital mais de dois anos. Kátia arrecadou na internet R$ 50 mil e comprou a aparelhagem necessária para levá-lo para casa. Estão felizes. Agora, Miriam, a mãe de Ester, vai verificar com os médicos quando poderá completar sua família e, por consequência, tocar a vida da melhor forma possível.
(Raul Marques – Diário da Região)
Clique aqui para receber as notícias gratuitamente em seu WhatsApp. Acesse o nosso canal e clique no "sininho" para se cadastrar!