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Polícia investiga violação de túmulo e ritual em cemitério

Polícia investiga violação de túmulo e ritual em cemitério

Publicado em: 25 de junho de 2015 às 07:04

Um túmulo violado, o corpo nu no chão, uma maçã, dois ovos e uma garrafa de água ao lado. O corpo é da enfermeira boliviana Maribel Laura Tancara Nina. O cenário encontrado por funcionários do cemitério São João Batista, em Rio Preto, na manhã desta quarta-feira, 24, é um mistério para a polícia e motivo de indignação para a família da enfermeira de 31 anos, morta no último domingo.

Apesar das pistas, a polícia ainda não tem suspeitos de quem violou o túmulo. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exame necroscópico. A delegada Junia Cristina Macedo Veiga, plantonista da Central de Flagrantes, esteve no local e disse que aparentemente não havia sinais de necrofilia (uso de cadáver com finalidade sexual). "Apesar de não haver sinais, tomamos as medidas necessárias, como o encaminhamento para o necrotério. Só a conclusão dos laudos poderá confirmar ou não", disse. O resultado do laudo necroscópico deverá ser concluído em 30 dias. Um inquérito policial será instaurado no 2° Distrito Policial. Dentro do caixão, havia dois ovos de galinha e, ao lado do corpo, uma maçã e uma garrafinha de água com os dizeres "tratamento espiritual". Na Bolívia, onde Maribel nasceu, grande parte da população é descendente dos incas - povo ancestral que tinha como ritual sepultar os mortos com comida e bebida. Na avaliação da antropóloga Nimenon Suzel, o caso, aparentemente, não tem indícios de ritual inca, mas sim contemporâneo. "Vi pela televisão que a Igreja Universal distribui essa garrafinha de água, que parece ser a mesma encontrada ao lado do túmulo. Isso pode ser um indício de que seja evangélico. Já as frutas fazem parte também de rituais do cristianismo, que inclui suas diversas vertentes e também o espiritismo e os evangélicos" afirmou. O tio de Maribel, o boliviano Javier Nina Ramos, disse que os familiares ficaram inconformados. "Nós não fazemos nada de errado neste País, não fazemos mal a ninguém, nos dedicamos a trabalhar, nos esforçamos para ficar bem com todo mundo e alguém faz uma crueldade dessas. Eu acho que foi tudo planejado pelo rapaz que a matou". A polícia não descarta que o corpo tenha sido parte de um ritual. Embora pertençam a uma cultura na qual rituais de purificação do corpo após a morte sejam comuns, o tio de Maribel nega que a família seja adepta desse tipo de rito. "Existe (ritual), mas nós não praticamos nada disso", disse Javier.

Assassinato Maribel Laura Tancara Nina morreu depois que o companheiro, o atendente William Diego Ferreira Egri, 27 anos, golpeou o pescoço dela com canivete.

O crime ocorreu na casa dos pais dele, no Solo Sagrado, no último domingo. Egri foi preso pela Polícia Militar e está no Centro de Detenção Provisória (CDP). No momento em que foi preso, Egri disse à polícia que a discussão começou porque a mulher ameaçava voltar para a Bolívia com a filha de 7 meses. De acordo com o boletim de ocorrência, Maribel teria pego um canivete e partido para cima de Willian, que estava deitado. O rapaz teria conseguido desarmar a enfermeira, mas acabou acertando o pescoço dela. O acusado disse à polícia que quando a mulher caiu no chão tentou reanimá-la. Maribel foi socorrida pelos bombeiros, ainda viva, até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte. Ela não resistiu e morreu. Dois guardas fazem a segurança

Em uma área de sete alqueires (o equivalente a 169,4 mil metros quadrados), o cemitério São João Batista tem 23 mil sepulturas, e a segurança é feita por apenas dois guardas no período noturno. Já durante o dia, a vigilância é realizada por apenas um guarda.

Diferentemente do outro cemitério da cidade, o Ressurreição, no São João Batista não há cerca elétrica para reforçar a segurança. Câmeras de segurança equipam apenas os portões de entrada. Segundo a Prefeitura de Rio Preto, não há projetos para que sejam instaladas câmeras para monitorar toda a extensão do cemitério e nem para a instalação de cerca elétrica. Em nota, a Prefeitura informou que os anjos da guarda são responsáveis pela ronda em toda a extensão do cemitério. "Há vasta iluminação e torre central para facilitar a ronda e evitar transtornos como o ocorrido. Há mais de nove anos não se tinha notícia de vandalismo", diz o comunicado. Bebê deve ser levado para abrigo Depois da tragédia em que a mãe foi morta e o pai preso, a filha de Maribel Laura Tancara Nina e William Diego Ferreira Egri está sendo disputada pelos avós paternos e maternos. Após a morte, os avós paternos pegaram a criança. O juiz Evandro Pelarin determinou que o bebê seja entregue ainda nesta quinta-feira, 25, à Vara da Infância e Juventude de Rio Preto. Caso contrário, os avós responderão criminalmente por subtração de incapaz. Pelarin disse ainda que, até segunda ordem, a criança ficará abrigada.

A advogada de Egri, Gisele de Oliveira Lima, disse que entrou com pedido de modificação de guarda. "Meu cliente tem o pátrio poder, portanto, já que está preso pode requerer que fique com os pais dele."





(Tatiana Pires e Gabriel Vital – Diário da Região)

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