Comerciante ameaça no trânsito e provoca perseguição e confusão
Comerciante ameaça no trânsito e provoca perseguição e confusão
Publicado em: 23 de junho de 2015 às 12:54
Uma decisão do delegado Marcelo Goulart deixou policiais militares furiosos na manhã desta segunda-feira, dia 22. Isso porque, o delegado arbitrou fiança de R$ 1 mil para liberar um homem que foi perseguido e capturado pela PM após uma briga de trânsito.
No carro do acusado, um comerciante de 69 anos, foi encontrado um taser (arma de choque) e, na casa dele, 50 munições calibre 38. Não foi apresentada a documentação da arma nem das munições. Durante a perseguição, pelo menos cinco viaturas da polícia militar, além do helicóptero águia, precisaram ser mobilizadas. Quando foi apresentado na Central de Flagrantes, o delegado Marcelo Goulart deu voz de prisão ao comerciante J.M.P. e arbitrou a ele fiança de R$ 1 mil, o que o colocaria na rua de novo após o pagamento. No entanto, assim que o acusado saiu do gabinete do delegado, foi conduzido pelos policiais militares para fora da Central de Flagrantes, sendo levado até a Corregedoria da Polícia Civil para ser apresentado ao delegado titular corregedor. O motivo seria o fato de os policiais militares terem discordado da decisão do delegado, que arbitrou fiança para liberar o acusado.
A esperança dos PMs era de que, apresentando o comerciante ao delegado titular corregedor, o homem acabasse preso sem direito à fiança. Entretanto, ao apresentarem o acusado na Corregedoria, o delegado corregedor ligou para o delegado Marcelo Goulart e, conforme foi registrado em boletim de ocorrência, entendeu que a autoridade policial estava tomando as providências corretas da Polícia Judiciária. Então, os policiais militares foram orientados a retornar à Central de Flagrantes, onde foi ratificada a decisão do delgado de arbitrar fiança no valor de R$ 1 mil.
O dinheiro foi apresentado e o acusado foi colocado em liberdade. A arma de choque e as munições encontradas na casa do comerciante foram apreendidas. Ele responderá em liberdade pelo crime de posse irregular de arma de uso permitido, conforme estatuto do desarmamento.
Já o policial responsável pela condução do acusado da Central de Flagrantes à Corregedoria foi autuado e responderá por abuso de autoridade. O delegado seccional Paulo Grecco disse que o delegado Marcelo Goulart tem competência profissional e legal para tomar a decisão de prender ou soltar um acusado. "Ele é um bacharel em direito, concursado e tem total competência para decidir. Se houver alguma irregularidade na decisão do delegado, existe o promotor, o juíz de direito e a Corregedoria para avaliar o caso", afirmou.
Grecco disse ainda que a decisão do delegado é inquestionável e que a atitude dos policiais militares de conduzirem o acusado foi ilegal. "O policial decidiu com sua livre convicção para levar o autor à Corregedoria. Se o PM achou ilegal a decisão, deveria fazer uma representação no papel contra o delegado", explicou o delegado seccional.
A reportagem do Diário da Região entrou em contato com o setor de comunicação da Polícia Militar, no entanto, até o momento a corporação não enviou nenhum posicionamento oficial sobre o caso.
O delegado Marcelo Goulart foi procurado na manhã desta terça-feira, 23, para comentar o caso, mas não foi encontrado.
(Gabriel Vital – diarioweb)
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