Advogado da região vive o drama do terremoto no Nepal

O advogado rio-pretense Hugo Alberto von Ancken, 38 anos, e a namorada, Stella Basile, estão entre os 96 brasileiros que estão no Nepal, país asiático onde ocorreu um terremoto devastador no último fim de semana. Apesar do susto, nem o casal nem os demais brasileiros ficaram feridos. Ancken, que atualmente mora e trabalha em São Paulo, está desde o dia 19 no Nepal, em viagem a passeio. Segundo a mãe, Maria Elena Silva Bueno, 62 anos, que reside em Rio Preto, o filho sempre quis conhecer o monte Everest. “Antigamente, ele queria escalar a montanha. Mas depois desistiu”, diz. O objetivo dele, segundo a mãe, era chegar ao acampamento onde ficam os alpinistas, já próximo ao Everest. No sábado, o casal estava hospedado em um hotel de Namche Bazaar, vilarejo a 200 quilômetros da capital, Katmandu, e 30 do monte, quando sentiu a terra tremer. “Ele disse que foi horrível. Só deu tempo dele e da namorada correrem para fora do hotel com a roupa do corpo”, afirma a mãe. Desde então, o advogado e a namorada estão acampados em uma área sem construções da região. “A alimentação ainda está normal, mas eles estão sem tomar banho porque não há água encanada”, afirma Maria Elena. No tremor do último domingo, o casal viu grandes pedras rolarem das montanhas próximas, mas não houve grandes danos no vilarejo. Com o terremoto, os planos de chegar perto do Everest foram suspensos - uma grande avalanche destruiu a maior parte do acampamento dos alpinistas, e há dezenas de pessoas desaparecidas no local. Ancken e Stella aguardam a chegada de um helicóptero que os levará até a maior cidade da região, Lukla, de onde pretendem tomar um voo até Katmandu. Apesar do susto, o casal não pretende suspender o passeio. “Ele vai adiantar a viagem até o Butão (país vizinho) e depois para Cingapura”, diz a mãe. Maria Elena se diz apreensiva com o filho. “Em nenhum momento me apavorei, até porque desde que soubemos do terremoto ele tem se comunicado constantemente comigo pelo celular. Mas é claro que não é uma situação confortável. Meu maior medo é que acabe a comida.” Devido ao fuso - são 8h30 a mais do que o horário de Brasília - o Diário ainda não conseguiu contato com o advogado. De acordo com Maria Elena, Ancken já contatou a embaixada do Brasil no Nepal para informar que está bem. O Itamaraty localizou 96 brasileiros atualmente no Nepal. Nenhum se feriu no terremoto, o maior no país em 80 anos. Conforme a assessoria do Ministério das Relações Exteriores, funcionários da Embaixada do Brasil em Nova Délhi foram deslocados para reforçar a equipe do Embaixada em Katmandu para melhorar o atendimento aos brasileiros no país. Além disso, um centro de atendimento aos brasileiros foi criado dentro do aeroporto da capital para providenciar documentos perdidos no tremor, facilitar o contato com a família por telefone ou internet e agilizar o embarque em voos para o Brasil. (Allan de Abreu – diarioweb)