Julgamento decide internar mulher que matou vizinha em Votuporanga
Julgamento decide internar mulher que matou vizinha em Votuporanga
Publicado em: 15 de novembro de 2014 às 09:56
O Tribunal de Júri de Votuporanga decidiu ontem (14/11) pela internação da aposentada Lueni Alves Coelho, de 43 anos, em hospital psiquiátrico por ela ter matado a dona de casa Maria Luiza Cabral de Souza, de 51 anos, no dia 18 de setembro de 2012. Lueni é aposentada por invalidez.
Os jurados entenderam que foi Lueni quem matou a vítima com quatro facadas e não acataram a possibilidade de absolver a ré. No entanto, a pena que foi imposta é internação em clínica psiquiátrica por, no mínimo,um ano. Lueni pode apelar em liberdade, com o comparecimento mensal ao Fórum, informando endereço e telefone atualizados. Ela não poderá se ausentar da comarca sem autorização judicial e comprovar, por meio de atestado médico,de que está se submetendo a tratamento ambulatorial. Só depois de o caso ser julgado em última instância é que será expedido o mandado de captura. O advogado da ré, Elias Luiz Lente Neto, diz que ficou satisfeito com a sentença. “A denúncia era de homicídio qualificado com três qualificadoras.Quando a pena é de um ano, pode cair para seis meses. Lueni cumpriu medida por um ano.Vamos recorrer e ver se conseguimos a liberdade”, disse. O promotor do caso, Eduardo Boiati,argumentou que a aposentada era incapaz de se responsabilizar pelos próprios atos e deveria receber uma medida de segurança. “O meu pedido é que se aplique internação em hospital psiquiátrico”, disse aos jurados.
Caso fosse descartada essa possibilidade, o Ministério Público apontaria o homicídio com duas qualificadoras: motivo banal e meio cruel. Durante o depoimento, a aposentada afirmou que possui transtorno afetivo bipolar e que toma sete remédios por dia.
Ela disse ainda que não tinha problemas com Maria Luiza e que a discussão com a vizinha teria começado sete dias antes do crime. “O ex-marido de Maria Luiza me ajudou a carregar um carrinho de madeira atéemcasa. Isso provocou ciúmes na vítima. Estava no portão de casa e ela me bateu”, contou. Lueni disse ainda que estava há 15 dias sem remédios, quando ocorreu o homicídio. “Sem os medicamentos, eu fico deprimida, sem vontade de fazer nada. Mas quandoelamebateu, eu fiquei nervosa. Ela disse que iria me matar”. A ré contou que no dia do crime, Maria Luiza deu um tapa nela. “Corri para o lado da calçada dela. Tinha uma faca no chão na beira das plantas, porque ela cuidava de jardim. Peguei a faca e, mesmo assim, ela começou a me enforcar e eu, com medo de morrer, dei um golpe no abdômen e acertei no pescoço sem querer. Nesta hora, foi quando ela me soltou e eu corri para me esconder em uma construção. No meio do caminho, joguei a arma no rio”. O homicídio ocorreu no dia 18 de setembro de 2012. A prisão foi em flagrante e Lueni permaneceu presa até 19 de agosto de 2013.
Ela foi submetida à perícia de dois médicos,que constataram que possui transtorno afetivo bipolar.A então juíza da quarta vara, Daniella Camberlingo Querobim, estabeleceu tratamento em ambulatório. Entretanto, Boiati pediu para que fosse marcado júri.
(Andressa Aoki – Diário da Região)
Clique aqui para receber as notícias gratuitamente em seu WhatsApp. Acesse o nosso canal e clique no "sininho" para se cadastrar!