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Votuporanguense conta cenário de horror após ataque em Paris

Votuporanguense conta cenário de horror após ataque em Paris

Publicado em: 15 de novembro de 2015 às 10:25

O 13 de novembro, que seria apenas mais uma sexta-feira 13, foi marcado no calendário mundial como o dia da maior tragédia parisiense de toda a história. Um atentado terrorista tirou a vida de 128 pessoas, e deixou mais de 300 feridos em Paris.

A votuporanguense Maria Eugênia Nabuco, que há mais de uma década reside e trabalha naquela cidade, retratou com exclusividade ao Diário de Votuporanga, como está a cidade após a série de ataques. “Estamos com um sentimento generalizado de intranquilidade muito grande, acompanhada por um sentimento de risco.O estado de urgência declarado pelo presidente foi aceito por todos os franceses e residentes na França, porque não sabe se haverá novos ataques”, conta ela.

A filha do ex-prefeito de Votuporanga, Hernani de Matos Nabuco, reside próximo ao local do massacre. “Eu moro no 13º [distrito] e os ataques foram no 10º e no 11º. Então, foram vizinhos. A gente teve muita sorte ontem, pois estávamos no metrô, vindo de uma vernissage, porque esse é o mês da fotografia em Paris, então tem gente do mundo todo aqui.A gente então teve uma sorte muito grande porque estava no metrô, e como eles não atacaram os metrôs, conseguimos chegar em casa, mas 15 minutos depois a situação já era muito trágica”, disse.

Na manhã de ontem o medo tomava conta das ruas da cidade, praticamente desertas. “Eu desci para ir ao supermercado e ele estava vazio. Até falei para a moça do caixa: ‘só temos nós duas?’. E ela me respondeu: ‘está todo mundo com muito medo’”.

Ela explica que por lá já existia uma probabilidade considerada depois dos ataques de 11 de janeiro, no jornal Charlie Hebdo e no supermercado de produtos judeus.

“Antes, as vítimas visadas eram bem específicas, delimitadas, que eram humoristas, desenhistas, judeus, polícia, agora o ataque é frontal contra a França, em lugares simbólicos como estádio de futebol, salas de espetáculos, restaurantes, cafés, na rua, lugares onde se reúnem inúmeras pessoas, já que o objetivo é uma carnificina, um massacre. Matar o máximo possível de pessoas em um curto espaço de tempo”. O estado islâmico já deu a resposta assumindo que é o autor do atentado, considerando uma resposta contra os bombardeios aéreos feito pela França na Síria e no Iraque.

“A gente tem que considerar que a França sempre defendeu a laicidade, os valores republicanos, a liberdade de expressão e do pensamento. O argumento dado pelo governo francês é que as intervenções da França na Síria e no Iraque são porque, exatamente nesses dois países, o estado islâmico se desenvolveu de uma forma específica atacando a França e seus valores. O governo francês afirma que essas intervenções não são contra os países estrangeiros, mas contra esse lugar do desenvolvimento do terrorismo contra a França”. Governo Segundo ela, a reação do governo francês aos ataques foi muito firme. “Em primeiro lugar, a intervenção dele foi muita emotiva, pois ele [presidente] foi retirado do estádio da França em urgência.

A segunda questão é que, após o segundo discurso, já mais firme, ele foi apoiado por todos os partidos, mesmo os da oposição. Terceiro, foi decretado um estado de urgência, fechamento de todos os lugares públicos, universidades, escolas, museus, a torre Eiffel, a Euro Disney, os parques de lazer, os lugares também onde tem muitos turistas. Além disso, foram anulados todos os tipos de atividades que possam concentrar pessoas, desde congressos de jornadas científicas, manifestações de atletas, foram decretados três dias de luto nacional e o exército na rua para poder defender a população”. O governo também decidiu um orçamento especial para o controle do terrorismo. O novo controle dos sites que usam propaganda do estado islâmico.

O acesso à internet ontem ainda estava passando por controle para poder evitar que os terroristas possam se reorganizar. Entenda Os ataques aconteceram em sequência no estádio Stade de France, a casa de espetáculos Bataclan, o bar Le Carillon e La Belle Equipe, o restaurante Le Petit Cambodge e a rua Beaumarchais. Entre 21h e 21h15, três explosões foram ouvidas em torno do estádio Stade de France, no norte de Paris, durante uma partida de futebol entre as seleções da França e Alemanha, com 80 mil espectadores. Quatro pessoas foram mortas e 50 ficaram feridas. O presidente francês, François Hollande, foi imediatamente retirado do estádio. Às 21h29, foi relatado via twitter um "tiroteio em Paris10 Bichat", na esquina das ruas Bichat e Alibert, 10º distrito. A ação no Le Petit Camboja matou 14 pessoas. Pouco tempo depois, um outro tuíte menciona "barulhos preocupantes" na rua de Charonne, 11º distrito. Testemunhas ouvem tiros durante "dois, três minutos", o que resultou na morte de 18 pessoas. Menos de meia hora mais tarde já falavam em "muito tiros no Bataclan", casa de espetáculos, onde acontecia um show de rock. Vários homens armados com os rostos descobertos abrem fogo indiscriminadamente gritando "Alá Akbar". Na Rua de la Fontaine au roi, 11º distrito, perto da Praça da República, cinco pessoas são mortas a tiros em uma pizzaria, La Casa Nostra. Outro ataque faz um morto no boulevard Voltaire, do outro lado da praça da República. No mesmo momento, um homem-bomba morreu.

Às 22h30, o presidente decretou estado de emergência e ser reuniu com membros do governo e da segurança no ministério do Interior para discutir situação. Já na madrugada do sábado, pouco mais de meia noite, a polícia intervém na casa de espetáculos onde terroristas faziam o público de refém. Pelo menos 82 pessoas morreram, além de quatro atiradores.





(Maíra Petruz – Diário de Votuporanga)

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