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Acidentes de trânsito provocam 72 amputações na região

Acidentes de trânsito provocam 72 amputações na região

Publicado em: 05 de dezembro de 2012 às 17:04

Nos últimos seis anos 72 pessoas sofreram amputação de membro depois de se envolverem em algum tipo de acidente na região. A maioria delas, 70% dos registros, foi em ocorrências de trânsito, mas há casos também de vítimas em acidentes de trabalho e com fogos de artifício. Os números são baseados em um estudo realizado pelo médico coordenador do serviço de urgência e emergência do Hospital de Base de Rio Preto, André Luciano Baitello.

Entre os anos de 2005 e 2006 ele analisou o protocolo de atendimento de 10 mil pacientes que passaram pelo local. Destes, 12 tiveram algum membro amputado de forma traumática (acidental). E a média, segundo ele, nos outros anos manteve-se. O Hospital de Base atende 101 municípios da região de Rio Preto.

“A média de casos é praticamente a mesma ano após ano. A maior causa de amputações traumáticas são os acidentes envolvendo motocicletas. O motociclista está sempre muito desprotegido e o contato direto com o asfalto é muito perigoso, principalmente com relação a membros inferiores”, afirma Baitello. É o caso do repositor de supermercado Roberto Carlos Xavier, 45 anos. No ano passado ele sofreu um acidente quando atravessava o cruzamento das ruas Pedro Amaral e Fritz Jacob, no bairro Boa Vista.

“Eu não sei explicar como aconteceu, foi tudo muito rápido, mas segundo testemunhas eu estava no pare quando uma moto em alta velocidade tentou me ultrapassar, mas eu virei e ele bateu em mim. As motos ficaram enroscadas e eu acelerei. Nesse momento o outro motociclista chutou a moto para soltar, daí eu bati de frente com um poste e sofri uma fratura exposta no fêmur e quebrei a bacia”, conta.

A esposa de Xavier diz que ao chegar no hospital os médicos estabilizaram as fraturas, porém como ele havia perdido muito sangue e estava com uma infecção forte não foi possível recuperar a perna esquerda. “Depois de nove dias de coma induzido eu acordei e percebi que não tinha mais uma das pernas. Não vou dizer que fiquei feliz, mas poderia ter sido pior, poderia ter perdido as duas. Hoje eu me viro bem com as muletas e em breve vou colocar a prótese.”

Casos indicados

O médico responsável pela pesquisa diz que a amputação é indicada nos casos em que o membro atingido pode prejudicar outras partes do corpo, por exemplo, por causa de uma infecção. “A infecção que está localizada pode se espalhar e atingir órgãos vitais, como o coração e pulmão. Também recomendamos a amputação quando o membro, devido às lesões, ficará sem função. Nessas condições ele deixa de ser parte do corpo para ser um problema para a vítima”, explica. Baitello diz ainda que em alguns casos o reimplante do membro é possível. “Para o reimplante o membro precisa estar em perfeitas condições e ter sido seccionado inteiro sem muitas lesões.”

O tenente da Polícia Rodoviária Estadual, Luciano Di Doné explica que os acidentes envolvendo motos são muito mais perigosos pela falta de segurança do veículo e pelo excesso de velocidade dos condutores. “É preciso que as pessoas dirijam com mais prudência para evitar os acidentes e principalmente evitem andar nos corredores. Manter uma distância segura de carros e caminhões é essencial para a segurança do trânsito”.

Vítima supera trauma com atletismo

Jaqueline Patrícia Parra, 22 anos, e Thiago Honorato, 28 anos, eram namorados em 2009 quando sofreram um grave acidente. Eles seguiam de moto na rodovia que liga Nova Aliança a Nova Itapirema e foram atingidos por um carro. O impacto foi tão forte que os dois tiveram a perna esquerda arrancada na hora. Além da amputação Thiago perdeu a visão.

“Passados três anos do acidente eu ainda estou em recuperação. Minha visão não voltou, os médicos não sabem nem porque eu fiquei cego”, afirma Honorato. Já a ex-namorada dele iniciou um tratamento na AACD de Rio Preto e já colocou uma prótese. A jovem se adaptou tão bem à nova vida que trocou o curso técnico de enfermagem e virou atleta. A superação, para ela, veio com o atletismo. “Não adianta ficar reclamando. Eu decidi superar o trauma e o transformei em oportunidade. Hoje posso dizer que sou feliz”, diz Jaqueline.

Prótese

Pacientes atendidos pelo Núcleo Municipal de Reabilitação de Rio Preto e região receberam 599 órteses e próteses desde o início do ano. Amanhã outros 14 serão beneficiados com equipamentos.

(Victor Augusto - Diário da Região)

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